1º De Dezembro de 2015. "Restaurar e Confiar”
Por Pedro Vidal
No 1º de Dezembro lembramos a Restauração da Independência ou seja, o dia em que um punhado de Portugueses, cansados de um domínio espanhol que durou 60 anos, resolveram "dar o seu a seu dono".
Hoje é o dia 1° de Dezembro, antigamente era feriado, agora, por causa da crise que atravessámos estamos todos a trabalhar.
Resta-nos hoje provar quais foram os benefícios para a economia da abolição do feriado no dia em que assinalamos a restauração da Independência. Enquanto essas contas estão por fazer, outras podem já ser feitas:
A banalização dos feriados fez com que muitos de nós deixássemos de atribuir um significado ao dia e a abolição do feriado a 1 de Dezembro fez-nos voltar às origens, muito por mérito dos que se indignaram com a desvalorização desta data.
Se para voltar a recordar o verdadeiro sentido da data foi preciso acabar com o feriado, já houve um ganho com esta decisão, independentemente das razões por que foi tomada, e que, provavelmente, têm que ver com uma desvalorização do 1º de Dezembro, e isto fez com que viesse a acontecer o fenómeno do “efeito colateral positivo”.
Para aqueles que vivem descrentes e desencantados com a crise económica e das instituições, este é um bom dia para retomar a esperança.
Há 500 anos a situação era bem pior e os portugueses souberam recuperar Portugal, agora também há de ser possível mostrar a nós próprios, ao mundo e em particular a Europa que somos uma grande nação.
De referir que este texto não seria escrito senão tivesse havido o 1º de Dezembro, ou seria escrito em Castelhano.
Não seria dito aqui, porque não estaríamos aqui.
Não haveria língua Portuguesa como a conhecemos hoje.
Não haveria a querela do acordo ortográfico, porque não haveria o Português.
Não haveria o Rui Reininho e a sua “Pronúncia do Norte”, nem Jorge Palma e “Encosta-te a Mim”, nem “Ó Gente da minha Terra” de Mariza ou tão pouco o “Fado Tropical” de Chico Buarque.
Fernando Pessoa e Camões talvez fossem desconhecidos, os filmes talvez fossem dobrados em Castelhano e o Fado não seria Património Imaterial da Humanidade.
Sem o 1º de dezembro não haveria o lado de cá e o lado de lá. Não haveria o Brasil. Em lugar dessa criação e do acaso português teriam surgido outras coisas cujos feitos seriam Espanhóis, Franceses ou Holandeses. Não haveria Angola ou Moçambique.
Não teria havido a guerra em Africa. Não teria havido o Ultramar ou Colónias. Não existiria CPLP. Não teríamos Eusébio nem Pelé. O Benfica ou Porto nunca teriam sido Campeões Europeus.
Não teríamos nem Passos Coelho nem Paulo Portas ou António Costa.
Não teríamos ministério dos negócios estrangeiros, seriamos um negócio de estrangeiros.
Hoje todos precisamos do 1º de dezembro. Portugal precisa de 1º de dezembro. As comunidades Nacionais precisam de momentos e dias de celebração que sirvam de cultivo aos nossos valores.
Quantos mais difíceis forem os tempos,e eles são-nos, e dos seus valores e símbolos que nos alimentam, que nos animam, que nos confortam, que nos orgulham, que nos levantam e mobilizam.
Se pensarmos nisto tudo não há data tão nacional, tão coletiva, tão portuguesa e tão popular como o 1º de Dezembro.
Portugal neste momento sente-se perdido, á deriva.
Aumentam as inquietações e perplexidades.
Falta-nos um rumo, um propósito e um destino.
Viva o 1º de Dezembro
Obrigado Portugal.
Pedro Vidal
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